O conto de fadas canarinho
No reino da corrupção e de processos, em maio, o técnico Tite terá a missão de convocar os seus 23 eleitos para a Copa da Rússia, em 2018.
Respaldado pelos números, essencialmente nos clubes, o treinador de frases filosóficas navegará em mares bem tranquilos, independente dos nomes escolhidos.
Ao contrário de outros técnicos, Tite tem a simpatia do público e da imprensa.
E vamos combinar que os números significativos construídos à frente da Seleção Brasileira são produtos de uma eliminatória e de amistosos.
O encantador de serpentes substituiu o antipático Dunga, conseguiu melhorar e muito o desempenho do Brasil e levou de forma mais leve a seleção ao frio Mundial da Rússia.
Independentemente do técnico, a seleção beliscaria uma das quatro vagas diretas nas Eliminatórias Sul – Americanas ou na pior das hipóteses na repescagem. O Peru conseguiu sem muito sacrífico.
Apesar do fraco desempenho do antecessor, o nosso “coach” mudou taticamente e principalmente a relação da seleção com o público e com a imprensa.
O que houve? A imprensa sentenciou que o pouco “simpático” Dunga tinha que cair depois do fracasso na Copa América Centenária, agregando ainda o fraco desempenho nas Eliminatórias.
Os dois pontos foram essenciais, mas as desavenças com os jornalistas contribuíram muito.
A imprensa riscou do caderninho que na primeira passagem à frente da seleção, Dunga apresentou uma trajetória muito positiva.
O antipático treinador levou o Brasil ao título da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2009.
A queda no Mundial de 2010 o fragilizou. Alguns setores da imprensa, aproveitaram o deslize para cobrá-lo com juros. Haja coração!
O gaúcho havia cortado os laços e os privilégios de uma emissora de TV, que na época detinha (hoje detém) os direitos de transmissão, e se tornou um alvo.
Na Rússia, Tite terá o primeiro teste de fogo à frente da Seleção Brasileira porque sob o comando dele disputará o primeiro torneio oficial com as principais potencias.
No gelado país, o encantado Tite terá o apoio da imprensa, mas os números e o desempenho podem levá-lo ao céu ou ao inferno.
Aguardaremos as cenas das próximas partidas.
Por Mário Mendes